Comorbidade significa a existência de duas ou mais doenças ocorrendo num indivíduo, ao mesmo tempo, e que interferem uma na outra. Isso pode acontecer só em um determinado prazo de tempo, mas pode também durar a vida inteira. O termo comorbidade é constituído pelo prefixo latino "cum", que significa contiguidade, correlação, companhia, e pela palavra morbidade, originada de "morbus", que designa estado patológico ou doença. Assim, deve ser utilizado apenas para descrever a coexistência de transtornos ou doenças, e não de sintomas.
Em geral as doenças
mentais são crônicas por isso busca-se a estabilidade dos sinais e sintomas. O
objetivo maior é que no tratamento oferecido sejam elaboradas estratégias que
visem melhorar a qualidade de vida da pessoa com sofrimento psíquico, considerando-a biopsicossocialmente.
As
comorbidades entre substâncias como o álcool, tabaco e outras drogas podem
ocorrer com diversos transtornos psiquiátricos (transtornos de humor,
transtornos de ansiedade, transtornos alimentares, transtornos psicóticos como
a esquizofrenia e transtornos de personalidade) e também com outras doenças
(físicas).
Resumo de
alguns quadros:
— Transtorno
Afetivo Bipolar (TAB): A principal função mental alterada é o humor. O
humor oscila, e quando essas oscilações são intensas para o polo maniforme a
pessoa pode sentir extremo bem-estar, aumento de energia, alteração do sono,
aceleração psicomotora — esse quadro é denominado de mania ou euforia. Já o
outro polo do humor é a depressão, onde os principais sinais e sintomas são humor
triste, apatia, diminuição da vontade de fazer coisas que antes gostava, entre
outros.
— O
Transtorno Depressivo: apresenta os sinais e sintomas citados acima,
cabe ressaltar que estes são avaliados em sua intensidade, dividindo-se em
episódio leve, moderado e grave.
— Esquizofrenia: É
uma doença marcada pela desagregação do pensamento e leva a um comprometimento
do funcionamento global da pessoa. Os principais sinais e sintomas da
esquizofrenia são: alucinações visuais e auditivas; delírios de conteúdo místico
religioso, de grandeza ou de perseguição; retraimento social e embotamento
afetivo (dificuldade de expressar o que sentem).
Para
exemplificar:
— Uma
pessoa que é dependente de álcool pode ter também um diagnóstico de depressão.
— Uma
pessoa que é dependente de cocaína pode ter também um diagnóstico de transtorno
bipolar.
Não se sabe
ao certo se o abuso e dependência de álcool e de outras drogas desencadeia um
transtorno mental, por isso foram levantadas as seguintes hipóteses, por
exemplo, no caso da depressão:
Hipóteses:
As
depressões são fatores de risco para o uso problemático de substâncias; O uso de
substâncias pode levar a alterações graves do funcionamento mental, causando
transtornos de humor. Uso de
álcool e de outras drogas como desencadeador (gatilho) de transtornos
psiquiátricos (pré-disposição/vulnerabilidade do cérebro).
Fatores de
risco comuns, como por exemplo o abuso sexual ou a violência durante a infância, podem
influenciar na ocorrência de ambos os fenômenos: transtornos mentais e
dependência de drogas.
É
importante considerar que existem casos que após o uso prolongado e pesado de
substâncias, a pessoa passa a apresentar sintomas depressivos, mesmo depois de
um tratamento. Também é
relevante considerar, que muitas vezes o uso de álcool e de outras drogas pode
fazer com que a pessoa se sinta mais aliviada, minimizando assim, os sintomas
dos transtornos. Assim, a
presença de problemas psiquiátricos pode causar ou agravar o comportamento de
consumo de álcool e de outras drogas.
Pensando em
como lidar com a situação de comorbidades?
As intervenções
integradas se mostram as melhores opções para tratar as comorbidades, ou seja,
irão cuidar do problema de abuso de substâncias e da doença mental. Sendo
essencial uma assistência integrada, ou seja, com diversos profissionais e terapias, e que
um diagnóstico correto ocorra, assim como um tratamento adequado.
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